web tracker Mundial 2006: CRÓNICA: Angola x Portugal

Crónicas de quem fica em casa a ver o Mundial pela televisão

domingo, junho 11, 2006

CRÓNICA: Angola x Portugal


À imagem da Alemanha, à imagem da Inglaterra, Portugal entra a ganhar no Mundial 2006. Demonstrando grande velocidade no ataque e superioridade em toda a linha face à estreante Angola, a armada de Scolari não mostrou misericórdia pela sua “afilhada” e colocou-se em vantagem logo aos 4 minutos, quando o guarda-redes João Ricardo bateu um livre directamente para um médio luso que, sem perder tempo coloca a bola em Pauleta. O ciclone do Açores toca na esquerda para Luís Figo que, em velocidade, deixou o defesa angolano pregado ao chão e, na linha de fundo, serviu o mesmo Pauleta para o primeiro das quinas.
Sem que Portugal perdesse as rédeas do jogo, Angola logrou reagir aos 10 minutos, altura em que Mendonça, na esquerda do seu ataque, remata muito forte a 30 metros da baliza, obrigando Ricardo a uma defesa a dois tempos.
Angola procurou colocar mais pressão sobre Portugal e, a meio do primeiro tempo, tenta explorar três oportunidades de remate, duas delas de Akwá, outra de Figueiredo, mas a bola sai invariavelmente desenquadrada da baliza. Disciplinarmente, o árbitro foi chamado a mostrar o primeiro amarelo a jogadores portugueses aos 26 minutos, num lance em que Cristiano Ronaldo entra de pé em riste sobre um adversário. Ainda assim, ficou a sensação de não ter sido lance merecedor daquela punição.
Portugal parecia, então, atravessar um período de apatia, permitindo que Angola se aproximasse com maior frequência da sua área. Seria, porém, no outro extremo que teria lugar novo lance de perigo. Canto cobrado na direita por Luís Figo, aos 34 minutos, e Cristiano Ronaldo, vindo de trás, a cabecear com estrondo à trave da baliza de João Ricardo. O 2-0 esteve por centímetros… mas o 1-1 não ficou muito mais longe. Com 42 minutos jogados, André dispara de muito longe e Ricardo apenas tem tempo de desviar para canto e adiar a surpresa angolana. João Ricardo também brilhou quando, dois minutos depois, desviou a soco um potente remate de Cristiano Ronaldo, deixando o avançado do Manchester United desesperado com mais uma tentativa frustrada.
O segundo tempo começou com mais do mesmo: Portugal no ataque, excelente remate de Tiago, mas o arco ficou curto e João Ricardo segurou sem dificuldade. O jogo estava morno e Portugal não conseguia, nesta fase, mostrar o fulgor com que entrou no jogo. Aos 59 minutos, entrou em campo mais um jogador do campeonato português: Pedro Mantorras, do Benfica, veio emprestar mais vivacidade ao ataque angolano, ao passo que Scolari procurou reforçar o meio-campo defensivo, trocando Cristiano Ronaldo por Costinha.
A substituição na equipa portuguesa foi claramente falhada. A equipa perdeu consistência e acutilância e não mais conseguiu incomodar Angola. Pelo contrário, as palancas negras, não tendo um adversário tão forte pela frente, começaram a ter espaço para fazer o seu jogo e chegar mais vezes perto da baliza de Ricardo. A vantagem lusa estava em perigo e Portugal parecia incapaz de se reorganizar e retomar o domínio do jogo. Tiago apagava-se a cada minuto que passava e o arrastava consigo o sector intermerdiário, incapaz de conter a bola ou alimentar um Pauleta perdido entre os defesas contrários. Maniche foi lançado no lugar de Petit e Tiago acabaria por dar a vez a Hugo Viana. Foi preciso esperar até aos 91 minutos para voltar a ver Portugal: Maniche, descaído sobre a esquerda, disparou para o 2-0, proporcionando a defesa da noite a João Ricardo.
O jogo terminou pouco depois e, apesar da exibição pálida, Portugal garantiu o essencial: três pontos que o colocam em igualdade com o México no topo do classificação e com ânimo reforçado para enfrentar o desafio iraniano.


Ficha do jogo

Foto de FIFAworldcup.com